Em 29 de maio, o Secretário Geral da ONU esteve na Convenção Internacional do Rotary em Seoul, na Coreia, e afirmou: “a parceria entre o Rotary e as Nações Unidas está salvando vidas”. Ban Ki-moon lembrou que as duas organizações têm uma longa história, e que os Rotarianos ajudaram a fundar a ONU.
“Rotarianos estão usando seu tempo, recursos e energia para ajudar o mundo. Sou especialmente grato por sua monumental contribuição para erradicar a pólio. As Nações Unidas tem orgulho de ser seu parceiro para acabar com essa doença.” E finalizou, “Hoje em dia, ameças globais não param em fronteiras nacionais. Isso faz com que a força da ONU seja mais importante que nunca. Conto com o Rotary para continuar apoiando as Nações Unidas.”
A foto mostra o instante em que Ban Ki-moon faz o sinal com os dedos indicando que falta muito pouco para acabar com a pólio.
Como é que o Rotary, uma organização privada sem fins lucrativos, formada por cidadãos comuns como nós, conseguiu tamanho prestígio, sendo reconhecido por autoridades como o Secretário Geral da ONU?
Em 1943, a Europa estava quase toda destruída por causa da Segunda Guerra Mundial. Mesmo assim, prevendo o fim da guerra, Rotary Clubs de 21 países organizaram uma conferência em Londres com os Ministros da Educação dos países aliados, para criar uma visão para reconstrução da educação, ciência e cultura nos países devastados pela guerra.
Dois anos depois, em abril de 1945, 49 Rotarianos foram à San Francisco para participar da redação da Carta de Criação das Nações Unidas. Com 7.000 Rotary Clubs em mais de 80 países, na época, o Rotary já era uma das maiores organizações não governamentais do mundo.
O evento de Londres de 43 acabou sendo o precursor da UNESCO, fundada em 1946. E como resultado do encontro de San Francisco em 1945, foi decidido que além da manutenção da paz e segurança mundial, as causas que levam os povos à agressão e à guerra, como a pobreza, ignorância e o desrespeito aos direitos humanos também deveriam ser abordadas pela ONU. Estas viriam a ser objeto do Conselho Econômico e Social (ou ECOSOC), um dos principais órgãos da ONU, que contaria com a participação das organizações não governamentais.
Destinado à promoção da cooperação econômica e social internacional, e do desenvolvimento dos países membros através das agências da ONU, o ECOSOC é formado por 54 países membros eleitos pela Assembleia Geral da ONU.
O Rotary participa do Conselho como membro consultivo com o grau “Status Consultivo Geral”, o mais alto conferido pela ONU para grandes organizações não governamentais internacionais. Com isso, o Rotary pode manifestar seus pontos de vista em conferências e reuniões, circular documentos, ou incluir itens na agenda (mas não possui direito a voto – prerrogativa exclusiva dos países membros).
O Rotary possui uma sala na sede das Nações Unidas e 10 representantes no ECOSOC, além de representantes em diversas agências da ONU, como a OMS, UNESCO, FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), e WPF (Programa Mundial de Alimentos) e Banco Mundial.
A ONU acabou sendo criada em outubro de 1945, durante a primeira Assembleia Geral realizada em Londres, mas ela ainda não tinha uma sede para ficar. O Rotary Club de Nova Iorque teve um papel essencial para levar a ONU para aquela cidade, e desde então, o Rotary e as Nações Unidas têm sido parceiros próximos.
Quatro décadas após, em 1988, o Rotary, em parceria com as agências da ONU, a OMS e o UNICEF, lançava o programa de erradicação global da poliomielite.
Desde 2002, em novembro de cada ano, o Rotary realiza o Dia do Rotary na ONU. Nessa data, Rotarianos e dirigentes da ONU, e suas agências, passam o dia na sede das Nações Unidas discutindo os principais temas humanitários que unem as duas organizações em prol de um mundo melhor.
O primeiro Rotary Club foi fundado em 1910, e logo depois, o Rotary International, a associação mundial de Rotary Clubs. A Fundação Rotária foi criada 7 anos após, durante a I Guerra Mundial, para apoiar os Rotary Clubs na arrecadação e doação de recursos para ajuda humanitária aos refugiados e vítimas de guerra na Europa.
Afinal, como é que o Rotary pode ser uma força pela paz? De onde vem esse poder? Ele não tem autoridade legal, não é uma religião, não tem exército nem tanques, e ainda insiste em ser apolítico.
A força do Rotary está na ajuda humanitária que é capaz de realizar, porque, afinal de contas – fazer o bem é o nosso negócio.
Baseado no artigo “O Rotary na ONU”, de Wan Yu Chih, publicado no site endpolionowsantacatarina.com.br em 01/03/2015.