Resultado dos Editais de Subsídios do Distrito 4651 2016-17

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ROTARY INTERNATIONAL DISTRITO 4651
COMISSÃO DISTRITAL DA FUNDAÇÃO ROTARY
SUBCOMISSÃO DISTRITAL DE SUBSÍDIOS

É com satisfação que comunicamos aos Rotary Clubs do Distrito 4651 os resultados do Edital de Subsídio Distrital 2016-2017 e do Edital de Apoio a Projetos de Subsídio Global com recursos do FDUC – Fundo Distrital de Utilização Controlada, conforme Comissão Julgadora formada pela Governadora Distrital, pelo Presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotary e pelo Presidente da Subcomissão Distrital de Subsídios da Fundação Rotary, nos termos dos editais publicados em 18/08/2016.

1) Edital de Subsídio Distrital

Rotary Club de Balneário Camboriú-Praia do Atlântico

Projeto: Fornecimento de máquina de costura para confecção de kits para os primeiros dias dos bebês de mães carentes do município de Balneário Camboriú, por voluntárias do Grupo de Caridade Meimei.
Beneficiário: Grupo de Caridade Meimei
Área de enfoque: Saúde Materno-Infantil
Valor do subsídio: R$ 3.697,37

Rotary Club de Florianópolis
Projeto: Fornecimento de televisor para a sala de música da Associação Novo Alvorecer, para o aprendizado das crianças e adolescentes carentes da comunidade Vila Aparecida no bairro Coqueiros.
Beneficiário: Associação Novo Alvorecer
Área de enfoque: Educação básica e alfabetização
Valor do subsídio: R$ 1.788,45

Rotary Club de Florianópolis-Jurerê
Projeto: Fornecimento de material esportivo para crianças e adolescentes carentes do norte da ilha, que serão terão aulas de basquete, em projeto coordenado pelo Rotary Club de Florianópolis-Jurerê.
Beneficiário: Escola Básica Prof. Herondina Medeiros Zeferino
Área de enfoque: Educação básica e alfabetização
Valor do subsídio: R$ 836,08

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Sem bons professores, não há futuro.

mozartneves

Países como Coreia do Sul, Finlândia, Cingapura, Canadá e Japão, que estão no topo da educação mundial, têm pelo menos um aspecto em comum: ser professor é objeto de desejo. No ranking de status do professor em 21 países, a China está em primeiro lugar, e o Brasil na penúltima colocação, atrás apenas de Israel.

Todos concordam: para uma educação de qualidade, o professor é a peça mais importante. Mas, no Brasil, existem mais razões para um jovem não querer ser professor, do que para ser.

Quem diz isso é o Prof. Mozart Neves Ramos, ex-Reitor da Universidade Federal de Pernambuco, e Diretor do Instituto Ayrton Senna, um dos parceiros do Movimento Santa Catarina pela Educação.

Como reverter esse quadro?

É preciso tornar atrativa a carreira docente e para isso são necessárias quatro medidas.

(1) Formação inicial compatível com o chão de escola

Um dos fatores que mais contribuem para o nosso baixo desempenho escolar no ensino médio e nas séries finais do ensino fundamental é a escassez de bons professores com formação compatível à disciplina que lecionam.

O que acontece hoje, é que temos um número extremamente elevado de professores dando aula numa disciplina para a qual eles não foram formados. Por exemplo: dos que ensinam física, 61% não tiveram formação na disciplina ou em outra da mesma área de conhecimento; em química e matemática, esse percentual é de 44%.

(2) Salários atraentes

Para muitos, o status de um profissional em uma sociedade depende de quanto ele recebe em termos absolutos ou relativos.

Em 2013, a remuneração média dos professores brasileiros equivalia a 57% daquela dos demais profissionais com nível superior completo. A maior diferença é observada na área de exatas: o salário médio do professor em 2013 equivalia a um terço do que recebiam outros profissionais com formação semelhante.

(3) Plano de carreira associado à formação e desempenho

A desigualdade salarial varia muito de acordo com o estágio profissional na carreira. Em 2015, o MEC elevou o piso salarial do docente de escola pública com formação de nível médio com jornada de 40 horas semanais para R$ 1.917,78. Assim, no caso dos recém-formados, estamos mais perto de equiparar os professores aos demais trabalhadores com nível superior.

O problema é que, a partir daí, as outras carreiras registram aumentos muito maiores à medida que o profissional adquire experiência, enquanto que os professores vão ficando para trás.

(4) Escolas equipadas com os recursos necessários ao bom desempenho do professor

Menos da metade das escolas do ensino básico no Brasil podem ser consideradas escolas no melhor sentido do termo. Isto é, tem sala de professores, sala de diretor, salas de aula suficientes, biblioteca, sala de informática e quadra esportiva – e isso sem entrar no mérito da qualidade desses ambientes. Na média, as escolas municipais têm apenas 5 computadores por escola para os alunos.

Enquanto tentamos resolver os problemas que não conseguimos resolver no século passado, os países avançados já estão preparando os jovens para as habilidades necessárias no século 21: resolução colaborativa de problemas, pensamento crítico, criatividade e inovação, trabalho em rede, e fluência nas mídias eletrônicas.

Wan Yu Chih
Presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotary 2016-2019

Artigo baseado em trechos extraídos do livro “Educação brasileira: uma agenda inadiável” de Mozart Neves Ramos; dados de infraestrutura das escolas do censo escolar de 2015 do INEP.

Vietnã, um país inesperado.

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No século 19, o Vietnã foi colonizado pela França. Na Segunda Guerra, foi ocupado pelos japoneses. Terminada a ocupação, participou da Guerra da Indochina para acabar com o domínio francês. Por fim, passou pelo longo conflito entre o Sul e o Norte, a Guerra do Vietnã, que finalmente terminou em 1975, deixando em seu lugar um país arrasado, pobre, agrário e analfabeto.

Esse mesmo país surpreendeu o mundo em 2012, classificando-se no PISA em 8ona prova de ciências e 17ona prova de matemática. Nesses mesmos testes, o Brasil obteve a 59a e 58a posição entre os 65 países participantes.

O Vietnã é um azarão, um país inesperado. É a única nação de baixa renda que tem uma educação básica no nível da Finlândia, Alemanha e Canadá, e melhor que a dos Estados Unidos e Reino Unido.

Como é que um país com uma população de 84 milhões de habitantes, e renda anual per capita de 1 .900 dólares – menos de um quinto da do Brasil – conseguiu essa proeza?

A receita de sucesso do Vietnã envolve uma série de medidas que podem parecer um tanto quanto óbvias, mas que fazem uma enorme diferença quando levadas a sério.

Em 2003, o Governo do Vietnã estabeleceu padrões de qualidade para as escolas.

Da gestão ao conteúdo ensinado em sala de aula, tudo passou a ser avaliado. A partir de 2007, o Governo passou a alocar 20% do orçamento público à educação. Com mais recursos, aumentou o número de escolas e vagas, inclusive da pré-escola, implantou a jornada integral na rede pública, e passou a exigir mais dos professores.

A carreira do professor também começou a seguir padrões de desempenho, e os salários passaram a ser condicionados ao aumento da qualificação do mesmo.

O Governo instituiu um reconhecimento aos melhores professores, e aqueles que conseguem a credencial passam a concorrer em competições regionais e nacionais de ensino. A premiação foi uma forma de driblar a desmotivação na categoria, cujo salário máximo chega a 165 dólares – apenas 20% a mais do que ganha um caixa de supermercado em Hanói, a capital do país.

O exemplo vietnamita mostra que é possível aumentar a qualidade do ensino em um curto espaço de tempo, mesmo partindo de um patamar inicial muito baixo. O que tem sido um importante motor de sua economia. Nas últimas duas décadas, o país tem experimentado um invejável crescimento econômico. Os pobres que eram 58% da população em 1993, hoje não chegam a 10%.

Embora inspirador, o modelo vietnamita não está livre de críticas.

Apenas 60% dos jovens na faixa dos 15 anos estão na escola. Outro senão é de natureza pedagógica e refere-se ao excesso de memorização de conteúdo.

O ensino básico não é totalmente gratuito porque os pais precisam pagar pelo material gasto pela escola: giz, papel e tudo o mais. Também é costume dar uma gratificação ao professor para compensar os salários.

Há os que dizem que as diferenças culturais impedem a adoção das medidas no Brasil.

Lá, os estudantes são focados e levam as tarefas de casa a sério. Eles não se atrasam e faltam pouco às aulas. Mesmo com baixos salários, o comprometimento dos educadores é alto. Professor que falta às aulas, praticamente não existe. Nas escolas, a disciplina é rígida. As expectativas e a pressão que as famílias colocam sobre os alunos são muito altas. A educação é entendida como um privilégio e os pais têm orgulho de que seus filhos possam estudar, por isso, envolvem-se nos estudos dos filhos.

As opiniões são divididas. Há os que reconhecem que, apesar de nenhum modelo ser totalmente replicável, várias dessas políticas bem que poderiam ser adotadas por aqui.

Wan Yu Chih
Presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotary 2016-2019

Artigo baseado nas matérias “Até o Vietnã passou no teste” de Fabiane Stefano, revista Exame, 15/11/2014, e “Vietnam’s students perform mysteriously well on tests, and researchers have figured out why” de Chloe Pfeiffer, Business Insider, 14/07/2016.

Um projeto do Rotary para Santa Catarina

criancascomputador

Apenas 8% das pessoas em idade de trabalhar conseguem entender e se expressar com proficiência por meio de letras e números no Brasil. Todo jovem que completa o ensino médio deveria ser capaz disso. Mas não é o que acontece.

O IDEB, índice de desenvolvimento da educação básica no Brasil, não tem evoluído como esperado. Em Santa Catarina, o IDED do ensino médio ficou em 3,4, abaixo do índice de 2005 e abaixo da média nacional de 2015.

Em termos globais, o Brasil está na 58a posição entre os 65 países avaliados pelo PISA. O Brasil possui um dos 10 maiores PIBs do mundo, contudo nosso IDH está na 75a colocação dentre 188 países. Falta-nos eficiência e capacidade de produzir produtos com maior valor agregado. Nossa competitividade segundo o Fórum Econômico Mundial está em 81o lugar dentre 138 países.

Uma educação deficiente traz prejuízos à nação, às empresas, aos que trabalham e, sobretudo, às camadas mais vulneráveis da população.

Podemos fazer alguma coisa, além de votar em nossos representantes e governantes, esperando que nos tragam uma solução?

Para ajudar a mudar essa realidade, foi criado o Movimento Santa Catarina pela Educação para melhorar a educação de Santa Catarina por meio da mobilização e articulação entre o setor público e os setores econômicos. Uma das ações do Movimento é o programa “Escolas Parceiras: Educação que Faz Sentido”, lançado em março de 2016.

Fazem parte do programa 12 escolas públicas do ensino básico situadas na área geográfica do Rotary Distrito 4651 – Brusque, Itajaí, Florianópolis, Palhoça, Capivari de Baixo e Criciúma. As escolas estão sem laboratórios de informática, e não há perspectiva do estado e municípios em fornecê-los face à crise econômica que assola o país. A maioria não possui sequer computadores para os professores.

Nelas estudam cerca de 7.000 alunos. Ao longo da vida útil dos equipamentos, 10.000 alunos serão beneficiados.

Os Rotary Clubs do Distrito estão participando do projeto, e juntos iremos levantar os recursos e fornecer os computadores para essas escolas. Ao todo, serão 240 computadores, 20 por escola.

Nosso objetivo é de melhorar a qualidade da educação básica, envolvendo os administradores educacionais locais, treinando os professores em metodologias educacionais e recursos didáticos modernos, melhorando o aprendizado dos alunos e promovendo a inclusão digital dos jovens ao mercado de trabalho.

Nossos parceiros são o Google, o SENAI/SC e a FIESC. O Google fornecerá o sistema “Google for Education” e o treinamento aos professores para a utilização dos aplicativos; o SENAI/SC dará o suporte técnico na área didática e na manutenção dos equipamentos; a FIESC cuidará da articulação institucional com o setor público.

Para garantir a sustentabilidade do projeto, a Secretaria Estadual de Educação irá firmar o compromisso de capacitar os professores no uso da tecnologia no ensino, manter técnicos de laboratório nas escolas e fornecer os sobressalentes para a manutenção das máquinas, além de prover as escolas com a conexão internet necessária. Buscaremos igual compromisso junto à UNDIME, União dos Dirigentes Municipais de Educação.

O valor total do projeto é de US$ 140,000.00, e a partir de 2017 iniciaremos uma verdadeira operação de guerra para buscar parceiros nacionais e estrangeiros para o projeto. Educação básica e alfabetização é uma das áreas de enfoque da Fundação Rotary. Por isso, esperamos ter um aporte de US$ 60,000.00 do programa de subsídios da Fundação.

Não queremos simplesmente doar computadores às escolas. Queremos, de mãos dadas com os nossos parceiros, escolas e professores, Governo do Estado e Prefeituras, iniciar um processo de mudança.

Trata-se de uma pequena iniciativa, sobretudo se considerarmos que existem 3.600 escolas públicas do ensino básico no estado. Mas será um importante passo, a ser multiplicado à medida que outros segmentos da sociedade passem a integrar o Movimento.

O Brasil tem uma escola do século 19, professor do século 20 e aluno do século 21. A sociedade como um todo precisa se mobilizar e trazer a escola e o professor para o século 21.

Wan Yu Chih
Associado ao Rotary Club de Florianópolis
Presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotary 2016-2019